quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Uno


Andava calmo pela areia
Suas lágrimas faziam parte do mundo
Mas já não doíam tanto

Ele trazia em seus punhos uma lembrança
Mas largou-a no mar
Entendia que seu destino havia sido cumprido

Dotava de novos olhos
Os quais finalmente digeriam todas cores
Significava-lhe tudo

Apertava os dedos
Sentia a quentura dos grãos tocar a alma
Não esfriaria

Passo a passo confirmava seu destino já nada previsto
Já sentia as águas consumirem seus pés
E por um momento, o branco de sua mente só conseguia pensar
"Eu deixei marcas"

E pela última vez, sua mente se voltou às estrelas

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