quinta-feira, 28 de agosto de 2014

O agora


Temos amores
Cremos em cores
No azul que transborda de nostalgia
Daquela que havia uma vez em um olhar

Ser o que é
Deixar o tempo ir, passar e a eternidade ser
Largar de todo o rancor
Viver mais feliz

Sentir a dor do Mundo
Chorar, Manifestar
Está louco! Louca! Insano! Insana!

De tempos em tempos o amor pede passagem
A depressão grita por tristeza
E a identidade se esconde dentro da carteira
Toma-se conta do ser e suga seu tudo

Seu eu quiser, eu quero
Ser como eu, como o mundo
E assim, o azul sempre será azul.
segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Sabedoria de Outro Mundo


De onde eu venho, o tempo não existe
Não por falta de vida vivida,
Nem por excesso de vida perdida

De onde eu venho, não há relógios
Não por falta de obrigatoriedade,
Nem por um excesso de Carpe Diem

De onde eu venho, não há escolas
Não por ignorância ou estupidez,
E muito menos por falta de necessidade

Há tempo, para tudo, tempo para todos
Há tempo vívido, tempo para ser vivido!
Há coisas a se fazer, mas há lazer
Há real prazer em conhecer
Há embriaguez lúcida e proposital
domingo, 24 de agosto de 2014
O mundo me dá trabalho
O mundo só lembra de ser mundo quando quer
Quando tem de ser
O mundo traz notícias quando vive
Quando não, traz abalos sísmicos

O mundo tem seus cavalos e anda com força
Mas esquece que seus cavalos precisam de água para viver
O mundo que é mundo chora o tempo todo
E vive de novo e de novo
Sem a velha nova hipocrisia de dizer que não tem querer
sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Solução


Você está parado no tempo
Não sente mais o cheiro
Não sente mais o sabor.

Está rodeado de razões 
Lotado de dúvidas para duvidar 
Procurando sentido.

Porra, você é fraco!
Vinho quente é sua comida.
Desce cortando? 

Deita na cama,  
Mas não sabe o sentido. 
Será que é para dormir? 

Acorrentado, fuja em mentiras. 
Dê um significado, 
E se esconda nele...

Esconder, esconder, esconder.
Esconda-se atrás desse verso, 
Que não tem coragem de falar a verdade.

Mente poluída.
Devo correr atrás para purificá-la? 
Mente poluída. 

Siga-me, mas não queria mostrar...
Você é minha ditadora,
Meu anjo.

Enfie a faca, não posso me sujar.
O fundo é realmente mais escuro. 
Mas meus olhos queimam quando olho para cima

Razão, razão...
Não existe certo e errado.
Existe a tentativa de respirar.

Respire fundo,
Sinta o ar. 
É gostoso, não? 

Eu lembro,
Da grama cortada, das folhas caindo, da lua com o oceano.
Do anjo descendo, do perfume, da flor, do sabor...
De você conversando.

A ponte está a minha frente.
Não existe Ceifador,
Existe a tentativa de respirar. 

Levantamos, 
Comemos,
Dormimos.

A folha finalmente tocou o chão.
Não pensei que ela fosse queimar.
Chama azul.

Sem chama, com Chá,
Tudo passa diante dos olhos,
Isto não é bom.

Isto é poesia? 
Com certeza,
Pois não estou fazendo.

Pode tocar-me.
Deixe-me a sua vista, 
Mas viva.

Demorei a entender. 
As pessoas vivem, 
Elas respiram. 

Quero continuar escrevendo, 
Mas tenho que parar. 
Ou quero parar. 

"Amo, não há razão" 
terça-feira, 19 de agosto de 2014

Poesia do Cosmos


Quantos versos são necessários
Para construir um Universo?
Qual a rima, qual a métrica
Deste fantástico mundo diverso?

De quantas sílabas poéticas
Se constitui um átomo?
De quantas vidas, quantas fórmulas,
De quantas mortes, quantas éticas?

Quantos versos são precisos
Para a precisa felicidade?
Quantos poetas são precisos
Nesta falsa humanidade?

De quantas perguntas
É feita a curiosidade?
De quantas respostas
Se faz a "inteligência"?

Quão curioso é o cientista?
Quantos cientistas há no mundo?
Quantos mundos há na ciência...
Quantos mundos há na sua crença?
sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Crônica do Mundo


O mundo está falido
Os coelhos se apressam
Todos esperamos ansiosos
Ao apocalipse

Crânios blasfemados
Empunhados por mãos de misericórdia
"Vós sois o oceano do mundo"
Incompreensível

Os campos já estão manchados
Ourives perdoado,
Todos já estamos a caminho.
A marcha para o fim.

Formaremos então o novo mundo
Sem sofrimento, sem dor
Sem medo, sem guerra
Sem humanos




segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Soneto de Improbabilidade


Não há nada no universo
A não ser as nossas almas,
Leves, vivas e voláteis...
Não há nada além de nós

Sinto o gosto da sua essência,
Metafísica da Ciência!
Sou levado a um outro mundo
Longe deste, um mundo seu

Mundo que existe, como eu!
Um mundo somente seu
Um mundo cheio de estrelas
E com dois Buracos Negros

Onde não há distinção
Entre anjos e humanidade

Verdade


Então, sejamos realistas.
O velho morreu de velhice.
O jovem morreu atravessando a rua.
O amigo morreu como amigo.
A santa morreu para salvar.
A vida morre para continuar. 
quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Gravidade


Onde há a vida
Ávida por haver
Ida a um outro mundo,
Busca por lembranças do futuro

Onde há sorrisos,
Céus, sóis e brisas
Brancas nuvens no azul celeste,
Onde não há norte, sul ou leste...

Onde não há métrica,
Nem modos, medo ou gravidade.
Onde não há ética,
Nem tempo, física ou realidade.

Leve-me ao outro lado do rio
Leve-me, sem peso na consciência

Relatos d´um Vagante


Tanto sofrimento nestes campos.
Pobres seres,
Eles tentam viver.

Arrastando aquela corrente...
Aparentemente ele tinha sonhos.
Ingênuo como eu era.

Quão forte és teu desejo?
Corte essa esperança,
Não a deixe crescer.

Atravessei o riacho;
Havia outro homem,
A beira do barranco.

O tempo não passava para ele.
Pobre estagnado,
Não tem mais crenças.

Tentou aprender tudo,
Não aprendendo mais nada.
Estagnado burro!

Chegando ao jardim,
Glória a Perséfone!
Uma mulher regava em seu lugar.

Trêmula, aparentava vigor.
Forte, generosa...
Quem engana?!

Mata as folhas com sua ira.
Fiquei em calafrios,
Quem dera tivesse alma.

Se soubesse sua ignorância,
Melhor afastar-me.
Não posso incomodá-la.

Cheguei a um imenso portão.
Não consigo atravessá-lo.
Mas vou tentar.

Tento novamente...
Finalmente consegui,
Mas não há nada.

Volto ao jardim?
Será algo novo,
Eu confio.

Senhora, o que devo fazer?
Não quero permanecer.
O ódio só aumenta em mim.

Andei por todo o jardim,
Pisei em vários espinhos,
Mas encontrei uma porta.

Um senhor de meia idade estava sentado.
Observando o nada.
Não havia motivos para estar ali.

Quem dera haver para não estar.
Bem distante do homem,
Um oceano desabrochava.

Não há melhor lugar.
Já era noite.
Como todo o dia.

Ficaria a eternidade.
Mas não a tenho,
De que adiantaria?

Viro-me,
Tentando esconder.
Caminho, em frente...

Tanto sofrimento nestes campos.
Estou aqui novamente,
o ciclo reiniciou.

Nunca volto ao mesmo ponto,
Sempre estou acima dele.
Peso do mundo.

Percorri toda a brisa do mar.
Chegando ao meu destino,
O nada.

Agora podemos descansar,
Novamente.
Já estamos mortos.
segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Soneto de Amor


Chega de pensar
Chega de estudar
Não quero ter um Amor
Nem quero Conhecimento

Chega de pensar
Para de estudar!
Pode até não parecer, 
Mas eu morri pelo Amor

Não quero mais esse Amor
Pois esse Amor me traiu!
Esse Amor se suicidou

Eu sepultei esse Amor
Pois tomei Conhecimento...
Eu sepultei a mim mesmo
sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Selva de Almas


Graveto por graveto
Está escuro aqui...
Enfim, não sabemos de nada.

O uivo ecoa longe
A dor é ressoada entre nós.
Vemos o que é nosso.

E se eu for?
Dois copos de vinho,
Algumas conversas

Pare de rasgar meu peito,
Pare de atear fogo.
Chega desta porra de hipocrisia.

Alguém, abençoe o desalmado.
Já estamos aqui, sentados...
Lá fora, floresta.
Aqui, uma lareira e você.

Glória! Ele está falando
Não passa de outro lobo.
Juntar-me-ei a alcateia

Grite, seu sangue não existe mais.
Você consegue me ver?
Por favor, olhe-me.

Olhemos, então
Nunca estivemos sozinhos
Meus demônios estão aqui.

Obedeça, menino
Tudo acabará
Finalmente?

Não sabe o que tu queres?
Continuaremos no limbo?
É uma droga!

Estávamos corretos...
A vida é poesia,
Poesia que expira